terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Biografia Rosa de Luxemburgo



Rosa Luxemburgo
(1871-1919)

Há 90 anos a social-democracia assassinava uma das maiores
revolucionárias de todos os tempos

Flora Silva

Filha de família pequeno burguesa, de origem judia, cujo pai, educado na Alemanha, era proprietário de uma serralheria e a mãe, mulher culta, leitora assídua dos clássicos alemães, Rosa Luxemburgo, nasceu em Zamosc, sudeste da Polônia, em 5 de março de 1871.
Rosa era a filha caçula, possuindo quatro irmãos. Aos dois anos e meio de idade foi com a família para Vasórvia. Aos cinco já sabia ler e escrever. Um diagnóstico incorreto de uma doença na coluna contraída nos seus primeiros anos de vida, além de deixá-la por cerca de um ano acamada, provoca uma deficiência que a fará mancar por toda a sua vida.
Ainda nos primeiros anos de sua vida aprenderá além do polonês, o alemão e, logo no início de sua juventude, dominará o russo.

Jovem rebelde

Aos 13 anos, ingressará na escola secundária para mulheres em Vasórvia, na qual concluirá os estudos em 1887 e, apesar das excelentes notas obtidas, não receberá a tradicional medalha de ouro, destinada aos melhores alunos, em função de sua "atitude rebelde" diante das autoridades escolares.
Foi justamente como secundarista que iniciou sua militância política, na clandestinidade, no Partido Revolucionário Proletário.

Perseguida pela polícia e ameaçada de prisão, em 1889, Rosa deixará a Polônia dirigindo-se para Zurique, destino da maioria dos refugiados políticos de toda a Europa, onde permanecerá por nove anos, encontrando-se como importantes dirigentes marxistas da época, como os russos Jorge Plekhânov e Pavel Axelrod.
Em 1891, entra para a Universidade, cursando Direito e dedicando-se também ao estudo das ciências naturais e da matemática. Torna-se, em 1897, uma das primeiras mulheres a concluir o curso de doutorado em ciências políticas
Nestes anos, conhecerá Leo Jogiches, também militante socialista polonês, que trabalhará politicamente em estreita colaboração com Rosa, pelo resto de suas vidas e com o que se tornará seu marido por 15 anos.

Social-democrata

Em 1892, Rosa participa da fundação do Partido Socialista Polonês; tentativa de unificação dos diferentes grupos socialistas poloneses. Desde os primeiros momentos, estabelecerá com os principais dirigentes do PSP uma divergência sobre a questão do nacionalismo polaco, mostrando-se contrária à adoção da luta pela independência da Polônia como um eixo do partido, por entender que esta reivindicação subordinava os interesses dos operários e demais explorados da nação aos interesses da burguesia polonesa.
Dois anos depois, rompe com o PSP, fundando junto com Leo Jogiches, Marchlewski e Wazawski, a Social-democracia do Reino da Polônia, grupo que será o embrião do Partido Social Democrata da Polônia e Lituânia, tornando-se desde então uma das principais dirigentes da social-democracia européia.
Em 1896, quando já escreve para diversos jornais socialistas da Europa Ocidental, participa pela primeira vez como delegada do Congresso Mundial da Internacional Socialistas, a II Internacional. Nele polemiza com importantes lideranças da social democracia mundial, como Karl Kautski e Wilhelm Liebknecht - renomados dirigentes do poderoso Partido Social Democrata Alemão - sobre a questão nacional.

Contra o reformismo

Para burlar a proibição de que estrangeiros desenvolvessem atividades políticas na Alemanha, Rosa casa-se, em abril de 1897, com Gustav Lueck, filho de um amigo alemão, obtendo a cidadania alemã para o resto de sua vida. A encenação do enlace matrimomial dura apenas até a porta do Cartório de Registro Civil e cinco anos depois - tempo mínimo estabelecido pela legislação do país - os dois se divorciam.

A partir de 1898, fixa residência em Berlim e milita no SPD, então o principal exemplo da enorme influência que política revolucionária conquistará no movimento operário europeu e a maior organização proletária de todos os tempos. Em 1898 possui mais de dois milhões de eleitores; os quais ultrapassaram os 4,2 milhões em 1912 (34,7% do eleitorado), sua bancada parlamentar vai de 12 deputados em 1877, para 35 eleitos, em 1890, ultrapassando uma centena na segunda década deste século. O partido possuiu organizações femininas, da juventude, uma cooperativa, organizações desportivas e culturais e uma universidade. Chegou a publicar noventa jornais que possuíam mais de um milhão e meio de assinantes. Movimentava um capital de 21,5 milhões de marcos e possuía cerca de 3.500 empregados, incluindos os dos sindicatos que dirigia, com vários milhões de filiados.
Rosa torna-se na social-democracia alemã uma das principais opositoras da política reformista de Eduard Bernstein e outros que preconizavam o afastamento do SPD de uma política revolucionária, defendendo sua integração crescente ao Estado burguês.
Indicada em mais de uma oportunidade para organizar o trabalho feminino do SPD, rejeitou a tarefa pois apesar de compreender a importância da organização das mulheres para a luta pela sua emancipação e que esta só seria possível com a revolução socialista e o fim da escravidão econômica do matrimônio, entendia, acertadamente, a necessidade de estabelecer-se como uma das principais dirigentes do conjunto do partido.

Esquerda revolucionária

Integrando sempre a ala esquerda do SPD, colocou-se ao lado dos bolcheviques russos, contra os mencheviques, nas discussões sobre o caráter das revoluções russas de 1905 e 1917, posicionando-se sempre a favor de que a classe operária é quem deveria dirigir a luta por seus interesses.Desde antes da I Guerra Mundial, integra a ala internacionalista da II internacional, que se oporá ao apoio que o SPD e grande maioria dos partidos social-democratas emprestaram às burguesia de seus países na I Guerra Mundial, traindo a luta da classe operária.
Conseqüente com sua oposição à guerra e a defesa de que os operários e soldados deveriam voltar suas armas contra as burguesia de seus países, impulsionará a ruptura com as posições da direção da social-democracia, criando com Karl Liebknecht e outros a Liga Espartáco - depois Partido Comunista Alemão - e participando do movimento que levará à criação da III Internacional, Internacional Comunista, sob a direção de Lênin e Trotski, em 1919.
Brilhante oradora, Rosa foi presa várias vezes, principalmente no período em que se lançou com todas suas energias à campanha contra a guerra imperialista. Saiu de sua última prisão libertada pelas massas sublevadas na Revolução Alemã de 1918.
Há 90 anos, no dia 15 de janeiro, junto com Liebknecht, foi brutalmente assassinada por forças paramilitares dirigidas pelo governo, então dirigido pelo SPD.
Entre seus principais escritos destacamos:
A Polônia independente e a causa dos operários; Reforma social ou revolução; O socialismo e as igrejas; A crise da Social Democracia; A Revolução Russa; a Que se propõe o grupo Espártaco.

Biografia Antonio Gramsci

Filósofo e político italiano (23/1/1891-27/4/1937). Teórico marxista fundador do Partido Comunista Italiano (PCI). Nasce em Ales, na Sardenha, e freqüenta a faculdade de letras da Universidade de Turim, onde entra em contato com a ideologia marxista e ingressa no Partido Socialista.


Em 1919 abandona o curso para fazer política e funda o jornal de esquerda L''Ordine Nuovo. Ele prega a participação do proletariado na política e faz propaganda a favor da organização de conselhos de trabalhadores fabris. Em 1921, com outros militantes e intelectuais de esquerda, funda o Partido Comunista Italiano.


No ano seguinte, representa o PCI na reunião da 3ª Internacional, em Moscou. Retorna à Itália depois de ficar dois anos em Moscou e é eleito para uma vaga na Câmara dos Deputados, tornando-se em seguida líder da bancada comunista. Quando Benito Mussolini dissolve o partido, Gramsci é detido (1926) e condenado a mais de 20 anos de prisão.


Durante o tempo em que cumpre a pena, escreve seus 32 cadernos de reflexão, publicados postumamente com o título de Lettere del Carcere (Cartas do Cárcere, 1947). O conjunto da obra é considerado um dos mais importantes documentos políticos deste século. Gramsci passa os dois últimos anos de vida hospitalizado em Roma, com tuberculose. Morre em 1937, no hospital, quatro dias depois de obter a liberdade

Biografia Renato Janine Ribeiro



RENATO JANINE RIBEIRO é professor titular de Ética e Filosofia Política na Universidade de São Paulo. Sua pesquisa inicial tratou do filósofo inglês Thomas Hobbes, a quem dedicou seu mestrado (Sorbonne, 1973) e seu doutorado (USP, 1984). Desde vários anos se tem interessado em pensar uma filosofia política que leve em conta sociedades ocidentais "dissidentes", como a brasileira e outras de Terceiro Mundo, que dão maior importância ao afeto na vida pública. Entre seus principais interesses, estão a natureza teatral da representação política e as dificuldades na construção da democracia no Brasil.


Assim, depois de publicar A Marca do Leviatã (2ª edição, Ateliê Editorial, 2003) e Ao Leitor sem Medo (2ª edicao, Ed. UFMG, 1999) sobre Thomas Hobbes, escreveu ensaios de filosofia política (A última razão dos reis, Companhia das Letras, 1993) e mais recentemente uma obra na qual procura discutir, com base na filosofia política, a cultura e a sociedade brasileiras. Este livro é A sociedade contra o social: o alto custo da vida pública no Brasil (Companhia das Letras e Fundação Biblioteca Nacional, 2000), que ganhou o Prêmio Jabuti 2001, na área de ensaios e ciências humanas.


Em 2001 lançou, ainda, A Democracia e A República (Publifolha). Considera que democracia e república fazem parte da "boa política" que o século 20 nos legou, e que é preciso fazer convergirem a demanda do desejo democrático, que vem de baixo, e a preocupação com a coisa pública, que se expressa na maneira como se administram essas demandas populares e legítimas.


Em 2003, com base na sua experiência em política científica (na SBPC, no CNPq e na Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia), lançou o livro A Universidade e a Vida Atual, com o subtítulo Fellini não via filmes (Rio de Janeiro: Campus, 2003), em que defende uma universidade mais aberta para a sociedade e mais inovadora no plano da pesquisa. No mesmo ano, também publicou Por uma nova política (São Paulo: Ateliê Editorial, 2003), que é uma reflexão sobre sua campanha para a presidência da SBPC.


Também na USP defendeu a livre-docência (1991) e foi aprovado no concurso de titular (1993). Foi presidente da Comissão de Cooperação Internacional da USP (1991-94) e membro do Conselho Deliberativo do CNPq (1993-97). Foi condecorado, em 1998, com a Ordem Nacional do Mérito Científico. Ocupou na Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (1997-99) os cargos de Secretário e de Conselheiro e também presidiu a Comissão de Programação Científica da 50a Reunião Anual da SBPC, em Natal (1998) e da 51a, em Porto Alegre (1999). Concluiu a orientação de onze doutorados e de cerca de quinze mestrados.


Informão retirada do Site do referido filosófo

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